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terça-feira, 25 de maio de 2010

Marketing para Mulheres



Diferenças de comportamento entre consumidores homens e mulheres sempre intrigaram os pesquisadores de marketing. As reações díspares de cada sexo diante de comerciais de TV, assim como suas atitudes no ponto-de-venda, são conhecidas. Estudos recentes revelam, por exemplo, que, diferentemente do que apregoa o senso comum, os homens são impacientes e, portanto, mais impulsivos nas lojas do que as mulheres, independentemente da classe social a que pertençam. As mulheres são mais detalhistas e gostam de experimentar e cotejar produtos antes de se decidir. A novidade é que conclusões como essas começam a sair do papel para mudar o rumo de uma variedade de negócios. Isso decorre de uma razão imperativa. Se no passado elas já influenciavam com sua opinião a decisão final de compra dos homens, agora são as mulheres que assinam o cheque no ato da compra de bens de alto valor, como eletroeletrônicos, automóveis, casas e apartamentos. Levantamentos recentes indicam que, de cada 100 automóveis vendidos nos Estados Unidos, 60 são adquiridos por mulheres, que também respondem por metade das compras de pacotes de viagem. Estima-se que o poder de compra das americanas chegue a 7 trilhões de dólares ao ano. "Elas representam a oportunidade mais lucrativa atualmente no mercado americano", disse a EXAME a consultora Martha Barletta, autora de Como as Mulheres Compram. "Consomem para elas próprias, para a família e, graças a seu crescimento no mercado de trabalho, cada vez mais decidem as compras empresariais."

Guardadas as proporções, esse fenômeno ganha corpo também no Brasil. Em apenas quatro anos, as mulheres tornaram-se maioria entre os compradores de carros da marca Ford. Um dado que impressiona diz respeito ao crescimento nas transações com cartão de crédito. No ano passado, os gastos das brasileiras somaram 44,6 bilhões de reais, ou 45% do volume movimentado por cartões -- crescimento de 50% em relação à movimentação de dois anos antes. As mulheres já representam 45% dos profissionais no mercado de trabalho. Embora a maioria ganhe bem menos que os homens nas faixas salariais mais baixas, a diferença estreitou-se nos cargos qualificados. No caso das executivas, é hoje de apenas 5%.

O aumento do poder de consumo feminino não teve a contrapartida da maioria das empresas para atrair as consumidoras com produtos e serviços que atendam às suas percepções, necessidades e preferências particulares. É aí que estão tanto as perdas como também grandes oportunidades para crescer. O mundo da propaganda ainda está repleto de clichês que retratam uma mulher que praticamente não existe mais.

Algumas empresas agem quando descobrem que as consumidoras respondem por parte expressiva de suas vendas. Foi o que ocorreu com a catarinense Tigre. Depois que um levantamento constatou que 24% das mulheres conduziam sozinhas obras em casa, a Tigre começou a rever sua linguagem publicitária. Os comerciais com o personagem "Ted Tigre", um detetive que vivia acompanhado de sua assistente, a típica loira burra "Joana D'Água", cederam espaço a uma mulher que acompanha a obra de sua casa e questiona as decisões do marido e mesmo do pedreiro. Mais recentemente, a empresa recorreu ao merchandising no programa feminino da apresentadora Ana Maria Braga.

Homens e mulheres demandam abordagens de marketing diferentes, de acordo com a especialista Martha. Eles têm uma visão mais individualista e imediata. Elas estão mais voltadas para o grupo e para o longo prazo. Isso fica claro na área de previdência privada. "As mulheres são mais analíticas, não querem saber apenas o preço, mas quais são as garantias de pagamento do benefício lá na frente", diz Eugênio Velasques, diretor-executivo do Bradesco Vida e Previdência. Os investidores, por sua vez, se preocupam mais com a rentabilidade e as vantagens fiscais. "Nos planos de previdência, o tempo médio dos investimentos delas é 20% maior do que o dos homens." Entender as necessidades e os gostos do mercado feminino pode ser, portanto, uma via segura de crescimento para um grande número de negócios.


Conheça 8 mitos falsos sobre marketing para mulheres :
Quando se fala em marketing para mulheres, uma série de conceitos equivocados vêm à tona. Abaixo, uma lista desses "falsos mitos", elaborada pela consultora norte-americana Martha Barletta, autora do livro Como as Mulheres Compram".
1 - Ele talvez seja apropriado porque trabalha a diversidade; no entanto, com os recursos limitados de que dispomos, precisamos nos concentrar no negócio.

2 - Precisamos manter nosso marketing focado em nossos principais consumidores – os homens. 3 - A renda média das mulheres é bem menor que a dos homens. Não faz sentido correr atrás de um mercado de baixa renda

4 - O marketing focado nas mulheres exigirá que dobremos o orçamento – ou, pior ainda, que ele seja dividido em dois.

5 - Com as mulheres, o marketing tem a ver com relacionamentos.

6 - A melhor maneira de focar o marketing dirigido às mulheres é promover uma iniciativa específica dentro de nosso grupo de mercados emergentes.

7 - As mulheres querem marketing neutro quanto a gêneros. O marketing específico de gênero não funciona.

8 - Propaganda dirigida a mulheres não gera resultado algum.



Fonte: Como as Mulheres Compram, Martha Barletta



Postado por : Thays de Moraes

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